quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Teoria número doze : sobre Lides e a interioridade externada
Obstáculo 12
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Os erros que eu quero cometer
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Das distâncias
domingo, 21 de dezembro de 2008
369 dias
Obrigado a todos
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Por toda a cidade
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Sobre o meu avô
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
cemtimento
obs: post número 100 do blog, pessoal. muito obrigado, do fundo do coração, por realmente lerem. =)
domingo, 30 de novembro de 2008
Teoria número onze: sobre a aconceitualização da vida
Obstáculo 11
Ode ao sono (antes que te faça sangrar)
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Quarenta anos na cara
domingo, 23 de novembro de 2008
Perdidos entre as paredes
domingo, 16 de novembro de 2008
Das uniões
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
De volta ao espelho
domingo, 9 de novembro de 2008
Epifanias - De manhã
Foi num acidente que tudo começou, tal como muitas coisas nesse mundo, a partir do erro, dos defeitos é que se chega à perfeição. Mas eu nunca havia pensado assim, não até aquele momento. Agora é como se tudo estivesse claro. Minha mãe ligara às sete e pouco da manhã, cedo, eu não tinha trabalho, era uma sexta feira fria e chuvosa, como se vê de vez em quando. Não queria me levantar, mas o barulho do telefone incomodava fortemente, lutei contra a cama, e quando venci os lençóis, o travesseiro me nocauteou pelas costas. Sempre traiçoeiro, o sono brinca com a gente. Enfim, não era bem isso que queria falar, perdoem as minhas palavras incultas, mas meu modo de escrever apenas reflete a minha capacidade de ver o mundo: pelas entrelinhas. Acabei driblando toda a cama, dando um passeio pelo quarto e vagarosamente atendi ao maldito telefone, como um cachorro manso, sim, era como eu me sentia, um cachorro manso. E com frio. Nenhum pedido faria eu me mover de casa, porém eu ainda não sabia que era a minha mãe. “Alô”, respondi minguadamente, com a voz fraca de quem acabara de abrir os olhos. Mais ordenando do que respondendo, ela disse: “Renato olha só poderia vir aqui em casa? Estou precisando de ajuda sua irmã tem que ir para a escola e seu pai viajou ontem à noite a trabalho Renato preciso que você leve – a para escola com o seu carro”. Assim mesmo, disparando tudo, como se fosse uma metralhadora, sempre nervosa, nunca dizia nada pausadamente. Minha mãe era como um desses diretores de colégios, não falava muito, mas quando abria a boca sempre soava como uma ordem. Respondi que sim, estava indo, tinha só que tomar um banho, vestir uma roupa e já iria puxar o carro...Não pude terminar a sonolenta explicação, ela atrapalhou o meu raciocínio falando bravamente: “tomar banho nada, vem pra cá agora você não mora tão longe vista uma roupa qualquer e venha sua irmã não pode se atrasar hoje.” Para não entrar em discussões que não levariam a nada mesmo, pois o carro tinha sido um presente dela e do pai, e o aluguel do meu primeiro apartamento eles ajudavam a pagar, resolvi apenas concordar e vestir a roupa de ontem mesmo, quando chegasse em casa novamente, aí sim tomaria banho, comeria e pensaria no que fazer.
(..prossegue..)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Teoria número dez: sobre os instantes definitivos. (medos insuportáveis)
Obstáculo 10
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Ainda sem nome
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Com uma pequena ajudinha dos meus inimigos
domingo, 19 de outubro de 2008
Pessoas
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Parabéns
Não foi um encontro casual, já estava combinado, eles, enfim, se falariam pessoalmente. O céu já ensaiava uma pequena chuva: a camada de água serviria para cobrir os transeuntes. E, de certa forma, cobri-los também, enrolá-los em uma nuvem mútua de um sentimento que estava para nascer. Ônibus, Universidade, debate e mão, nessa ordem mesmo, as palavras e a conversa fluíam. Interessante ouvi-la, interessante ouvi-lo. Não estavam com receio, mas o sagrado momento da união interpessoal não chegava, parecia sempre beirar, estar preste a acontecer, como um navio que se desloca antes de enfim, aportar. E o instante chegaria perto da despedida:
- Por que você resolveu me conhecer afinal? - ela pergunta, meio que rindo, buscando a verdade nas entrelinhas.
- A gente tem que ir atrás do que nos interessa... – ele respondeu em meio tom, cabeça baixo, olhando e desviando dos seus olhos.
Então pequenos risos tímidos aconteceram, alguns ônibus que a levariam embora passaram, mas ela ainda ficava, como se esperasse o momento certo (mais tarde ela revelaria que era isso mesmo). Foi então que ao se despedir para pegar o transporte coletivo final, enquanto trocavam beijos no rosto, a boca foi se desviando e encaminhando-se como se seguisse uma trilha para o outro lábio. E então eles se chocaram, criando outras oportunidades, outros caminhos, outros mundos. E mesmo que chovesse pelos corpos, e mesmo que se o sol chocasse na terra, nada poderia parar aquela sensação.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Contato
-Sua mãe, quando criança tinha esses seus olhos...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Crescendo (ou como eu queria que isso não acontecesse)
É, o tempo passa Rafael, o tempo realmente voa.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Teoria número nove: sobre filmes e comportamentos
Obstáculo 9
sábado, 27 de setembro de 2008
Gerações musicais
terça-feira, 23 de setembro de 2008
"É final de setembro"
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Entre parênteses
Fale comigo, fale comigo.
sábado, 13 de setembro de 2008
Notuss (paracetamol, cloridato de difenidramina, cloridato de pseudoefedrina e dropropizina)
obs: adeus, lucas. Fique forte na sua nova empreitada, sucesso. Aqui vai o link do novo endereço dele: http://objetividades.blogspot.com/
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Cansei. Tô fora.
Lucas Felt
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
As minhas mortes
A segunda vez que eu me dei de cara com isso, foi quando estava na quarta série, era aniversário da minha mãe e eu recebi uma ligação de um colega e amigo de colégio. Uma das primeiras notícias mais tristes da minha vida, nossa companheira de sala havia morrido num acidente de carro. Ainda me lembro da minha reação: eu comecei a rir. Primeiro, porque achei que era uma brincadeira de mau gosto, mas depois que confirmei a veracidade de suas palavras, o riso tomou outro rumo, o do nervosismo, o de não saber lidar com a situação. Como uma pessoa que por vezes sentara do meu lado poderia desaparecer de uma hora para outra?
A terceira vez foi quando eu realmente percebi como a morte age, porque foi perto de mim. Ela tinha quase 16 anos, já era velha para o padrão canino, e tudo parecia atacá-la. O tempo, os pêlos, as patas, os medos. Já era a sua hora, e o manto preto rondava a casa, como se escurecesse toda a nossa família. Me lembro nitidamente da última noite, todo mundo sabia que não possuía muito tempo de vida, tentávamos animá-la, fazê-la dormir dentro de casa, dar um cobertor, tentar impedir de alguma forma o final já esperado. Mas ela se recusava. Já era noite, quando de longe a vimos caminhando respeitosamente para o canto do pátio, perto de um aglomerado de folhas caídas da árvore. Ela ali deitou e esperou, como se fosse o destino de toda a humanidade, de cada ser vivo que respira na terra. Nenhum de nós ousou ir atrás para forçá-la a entrar em casa, ela não queria isso, ou melhor, ela não merecia isso. Iria morrer, como escolhera, como tudo no final evacuará: sozinha.
domingo, 31 de agosto de 2008
Teoria número oito: sobre auto-mentira e desilusão esperada.
Obstáculo 8
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Entre
sábado, 23 de agosto de 2008
Recapitulando Rafael Gloria:
"tô brincando, tô brincando"
"ah tri"
"tipo polônia"
"só existe aquilo que ouço"
"acho que vou cortar o cabelo"
"desculpa"
"viver é perigoso"
"é...complicado"
"de se pensar"
*riso tímido*
"não sei..acho que sim
*mexe no cabelo*
"pois é"
"a vida é assim!"
"to indo embora." (na verdade demora mais uma hora para ir)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
O pescoço
O pescoço dita à música, diz o ritmo, mostra as direções, explica os caminhos, demonstra os objetivos. Quebra algumas respostas. Tudo bem, mas tudo bem, se agora não queres mostrar para mim esse caminho para as perdições, se preferes cobri-lo com um cachecol preto cinza, vá em frente, mas não finja. Por favor, não minta com os seus olhos. Esses seus olhos castanhos claros, castanhos escuros, que quando o pescoço encontra-se uniformizado pelo cachecol, é a peça mais bonita da sua formação Amêndoas, castanhas, nozes que eu queria saborear. Duas esferas redefinidas pelos astros não explorados dos universos estranhos que devem existir à nossa volta. Não é o mesmo modo de sentir, pois são duas razões distintas. Teu pescoço, tua pele branca, teu medo de barata, tua voz rouca na escuridão da noite. Todas as coisas que eu imagino, quando bebo vodka. Tudo isso se junta quando olho para o seu pescoço. E depois quando olho para os seus olhos, e às vezes quando eles se encontram – mesmo que infimamente – eu quase debruço de falência de sugestão. Própria. Nunca sei o que dizer. Sempre acho que não nota, ou que olha para meu lado sem querer. E assim vivo brincando de te esquecer. Pescoço por pescoço, olho por olho.
por Lucas Felt
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Três delírios de livros em um mês de férias
Sempre tive dificuldades com você, meu pai, resolvi escrever-lhe esse email com todas as minhas mais repletas angústias e medos, porque meu psicanalista falou que seria bom, já que não tenho muita intimidade com o seu olhar. Acredito que esse seria o nosso primeiro passo para uma relação normal, não sei. O primeiro processo. Será difícil perdoar os anos inoperativos e imperativos do seu reinado sobre a minha pessoa, construindo minha personalidade fragmentada, não respeitando as minhas escolhas, influenciando sobre cada mínima decisão do meu subconsciente, como se eu não pudesse tomar nenhuma resolução de minha autoria. Um juiz de custódia do meu eu. Causador do meu excesso de pronomes possessivos nas frases. Deveria ter escrito uma Carta ao Pai, mas não tive coragem, era algo tão pessoal. Não quero nada disso com você agora, caminhemos primeiramente pela informalidade. Talvez a culpa não seja sua, e sim minha. De repente, eu era uma criança muito fraca para te entender, não perceber a sua capacidade de educação, seus medos que se viraram contra mim, talvez eu devesse ter suportado tudo isso, aguentado quieto no meu canto, e esquecido. Mas dei azar de nascer com esse excesso de sentimento, de sentir por todos os poros da minha pele. E você machucou-me me pai. Por quantas vezes não chorei por ti, não sabendo como agir? Até que esse misto de emoções foi virando desprezo e abandono, e por que isso, pai?
Entrei no ônibus. O Cobrador parecia irritado, já sabia o porquê: era dia de passe livre. Muita gente no veículo, ninguém se respeitando, criança gritando pela boca, pelos poros, pelas mãos e pelas mães, velhos chatos e ranzinzas, reclamando de tudo, o sol escaldante do maldito fevereiro do carnaval e para completar aqueles três malucos lá atrás. Pareciam só querer confusão, fazendo barulho, atrapalhando todos os outros. Que merda, penso eu. E não tiro os olhos do estressado cobrador, parecia um cara bem nervoso, irritado, sangue quente, como se fosse estourar com o próximo que passasse pela roleta. O motivo, claramente, são aqueles três no fundo do ônibus, estragando a sua condução, o seu meio de transporte e de trabalho. Não se deve mexer com o sustento de um homem. Suado ao extremo, o cobrador movia a cabeça para todos os lados, sempre procurando com os olhos os três elementos. A barulheira continuava e só parecia mais forte, o sol também, como se o ônibus fosse ao encontro da grande estrela quente. Então foi em um segundo que tudo aconteceu, o pulo do cobrador sobre as pessoas, como se se jogasse num oceano composto de pele humana e de suor que o separava dos três indivíduos. Navegou pelo emaranhando de corpos e encontrou o grupo, puxou uma arma que trazia escondida e atirou a seco nos três indivíduos, foi cruel e rápido, acho que não teve dor.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
boa sorte.
Post pequeno: vontade pequena, tempo pequeno. Vida grande.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
"não tenho afeto para dar"
Excerto do conto "Hoje de Madrugada" de Raduan Nassar.
Nada a declarar, apenas queria que comentassem o que acharam...
Eu ...
achei essencial.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Teoria número sete: sobre sonhos e vontades distantes.
Obstáculo 7
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Um novo dia
É um ambiente bastante quieto e acolhedor aqui, diria que os vizinhos são mais interessados nos seus animais que pastam tranquilos a grama verde – que o sol bem de manhãzinha atravessa – do que nos indivíduos ao redor. São pessoas, realmente, mãe, e não dão bola para os outros. Para o que os outros pensam e fazem. O que eles vestem, comem, brincam, falam. É tão bom, mãe. Mãe, quando eu juntar bastante dinheiro eu vou dar um jeito de conseguir te trazer. Vai ser o ouro, mãe, o ouro. Que nem aquelas férias em que nós fomos para as montanhas, se lembra? Eu, tu, o pai, e Anna. O que aconteceu com a Anna, mãe? Eu nunca mais soube dela. Casou e sumiu. Mas eu não, mãe. Eu fiquei aqui, eu te vi sofrendo, mãe, eu te vi chorando e caindo toda a hora. Eu estava lá, você se lembra, não é? Sim, foi difícil, mas eu tive que partir também, todo mundo tem sua hora, não é, mãe? Achei uma boa terra para a senhora aqui e vou te trazer, mãe. As coisas aí não são boas para a senhora. Aqui a terra é fofa, viva, mãe. Ela fará bem para a senhora, é um ótimo lugar para se descansar, mãe.
Com carinho, Lucas Felt
Contagem, 1948
terça-feira, 22 de julho de 2008
Sem saída.
Outra das minhas sinas são as mãos, muito da minha vida pode ser explicado pelos dedos que se quebram no inverno, um problema de pele mal resolvido, a verdade é que necessito deles para começar tudo (ou para repetir tudo) num eterno reciclo de mim mesmo. A rua pela qual eu caminho é uma extensão dos meus pensamentos, ela me preenche e me influência, ela me abraça e me nota, diz tudo que eu já sei, repete comigos ensinamentos chatos, os bons, os ruins, estamos intimamente interligados, porque eu sou um garoto de uma rua sem saída, um cara sem saída.
sábado, 12 de julho de 2008
Metáforas da vida
(cuide-se)
- Por que essa mania de colocar o verbo no passado...troque para o futuro..
- Tem certeza disso..você também acha?
- Se continuar com esse receio chato, eu já não sei de mais nada...
- Então que tal...Nós poderemos dar certo..espere...tá certo fala assim?
- Não sei se tá certo, mas eu achei bem melhor...agora me dá um beijo, e não me olha desse jeito, eu tenho que ir.
(Beijo)
- Cuide-se por lá, aproveite.
- Certo...Vou tentar escrever..
- A gente se fala..
- A gente se fala..
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Tal qual Álvares de Azevedo
- O que aconteceria se nós morressemos amanhã?
O rapaz não esperava essa pergunta, meio sem jeito, olha para o chão, procurando alguma resposta, como se todas as coisas da vida estivessem por lá. Reluta um instante, observa os olhos misteriosos – e sempre sensuais de Carol – atrás de algum argumento válido (ou ao menos algo não tão idiota para se dizer) e solta:
- Sabe, Carol, quando eu penso nisso, eu sempre me lembro das pessoas que ficariam por aqui, sabe? Como elas se sentiriam...é tão egocêntrico. Mas talvez, não sei, acho que talvez seja uma daquelas coisas que seguram as pessoas...– Carol não olhava para Evandro, parecia só ter olhos para a parede branca, onde pendia um retrato seu, aos quatro anos de idade – acho que é isso, talvez esse egocentrismo segure nossa vida – continuava o rapaz.
Evandro levanta da cama, ainda está nu, começa a se vestir, primeiro a camiseta com listas verdes e brancas, depois a cueca e aos poucos a calça jeans. Faz menção de abrir a cortina a fim de poder ver a claridade, mas Carol faz cara feia. Desistindo da ação, agora vai a procura de um cigarro, depois o banheiro, era preciso lavar as mãos.
- Por que você sempre vai embora depois, Evandro? Eu não sei porque você faz isso, eu não sei...
Primeiro ele finge não ouvir, talvez o barulho da água da torneira o ajudasse no pequeno teatro, mas quando ela repete pela terceira vez não é possível mais enganar.
- Preciso sair porque é tarde, tenho que trabalhar. Por que não se mexe um pouco? Ninguém vai te fazer andar. Ninguém vai vestir você e tocar a sua vida. Não podemos viver no piloto automático sabia...?
Carol toda tapada pelo lençol branco, escuta, mas nem diz nada. É sempre a mesma resposta. Não fazia sentido para ela trabalhar, para quê? O que ganharia com isso? Tudo que ela precisava estava naquele quarto. Fita os olhos no retrato de criança, quase como se sugasse ele todo. Prende os olhos, sentindo toda a vontade de gritar. Mas acaba só dizendo
- Sem espaço para mim nessa vida.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Teoria número seis: sobre escondimentos e o ato de se apaixonar.
Obstáculo 6
sexta-feira, 27 de junho de 2008
a vida precisa de céus cinzas, assim como nós precisamos de um tempo às vezes.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Diálogo
- Tenho tido azar. Estou numa situação delicada. Fui casado muito tempo. Achei que viveria melhor sozinho e foi ótimo. É excitante, mas solitário também. Eu deveria ter ido atrás de você, assim que a conheci, mas não. Acho que o motivo foi que tive medo porque despertou sentimentos verdadeiros em mim. E fiz outra besteira. Mas vou desfazer. O que fará amanhã?
- Isso é você, ou o seu romance?
- Amanhã vou estar bem, juro.
- Não quero causar problemas a ninguém.
- Claro. E você e o David?
- Já disse a ele que preciso de alguém que me domine e não acho que ele consiga. Todo cara que saí comigo acha que vai me fazer ser fiel. Portanto, fique avisado...
- Não me assusto tão facilmente.
- Estou dizendo, não me conhece.
- Conheço, escrevi sobre você. Você foi o obscuro objeto de desejo nos meus livros. Um fracasso. Por culpa minha. Mas conheço bem, até demais.
- Não se engane. Não sou sua personagem.
- Estou dizendo que a inquietude, a inconstância e a imprevisibilidade com que tem magoado os outros, e, amor, você tem magoado, acabaram hoje.
- Como pode estar tão confiante? Ou estará com medo?
- Não sou David. Criei você duas vezes na minha imaginação. Escrevi sobre você antes de saber que existia. Só que eu sabia que ia conhecê-la.
- Hum...Diga o que estou pensando.
-“Queria que ele calasse a boca, e me beijasse”
- Mas chegou atrasado.
- Não cheguei, a hora é essa. Mas por que beija-la aqui, se o seu apartamento fica perto?
- Como sabe disso?
- E eu não ia saber onde você mora?
- Você foi Steffi no meu primeiro livro e Louise no segundo. E agora...você é Nola.
Beijo
(...)
Diálogo extraido do longa “Celebridades” de Woody Allen. É minha parte favorita do filme, acredito que consegue falar sobre uma coisa que todos nós fazemos em algum ponto da vida: a idealização. É claro que o filme exagera, quando o protagonista diz que a criou duas ou três vezes em seus livros. É uma analogia para o que fazemos em nossas mentes, criamos mundos, vontades, pessoas. Brincamos com nossas maiores dores, ou aquelas que podem se tornar as maiores dores. É verdade, sou rei disso, sempre fui, mas ando aprendendo a controlar a imaginação chata. É o velho embate entre racionalidade e emoção, medo e coragem, vontades díspares que brigam sempre, que se machucam sempre.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quietude
domingo, 15 de junho de 2008
Experimentações
sexta-feira, 13 de junho de 2008
desconexado
-Que coisa rosada, filha, nada é assim não, tira esses pensamentos flutantes da cabeça, e abra a porta. Abra, para a realidade.
-Eu até tentei já, mas é tão chato, quero ver o mundo do meu jeito. Infestado de pronomes possessivos. Cheio de subjetivismo.
-Olha que tempestade vem, e leva teu universo. E fecha teu mundo, e tudo fica buraco negro; sem caminho, ou sem explicação.
-Quero fechar o planeta em minhas mãos.
-Quando deveria abri – lo para os outros.
sábado, 7 de junho de 2008
Paisagem Noturna
Já descobriram o seu outro?
sábado, 31 de maio de 2008
Teoria número cinco: sobre olho gordo e mau pressentimento.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
correntes
Na rua.
Obstáculo 5
domingo, 18 de maio de 2008
Sete andares
domingo, 11 de maio de 2008
Sobre minha mãe.
Para Maria de Fátima
feliz dia das mães
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Teoria número quatro: sobre o eterno “re-re-re ciclo” da vida e as não mudanças.
obs: vou postar duas teorias em Maio, visto que mês passado não me deu tempo de escrever essa.
Obrigado por lerem o blog!
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Ao Anônimo, com carinho.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Obstáculo 4
...........................................................................................................É o silêncio que me incomoda................................................................... E meio vazio ainda, assim por só, vou me definindo sagrado entre tantos próprios, ancorado nessa canção que um dia foi de nós muito mais que o vazio, muito mais que.......... (e o resto é silêncio).
sábado, 26 de abril de 2008
sadismo
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Graciliano Ramos, em entrevista concedida em 1948
sábado, 19 de abril de 2008
Somos todos Verdes?
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Mas é diferente agora que eu estou pobre e velho
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Eu nunca vou saber
terça-feira, 8 de abril de 2008
"O horário é que nunca combina"
segunda-feira, 31 de março de 2008
Obstáculo 3
domingo, 30 de março de 2008
Do outro lado
Qual o seu principal outro lado?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Teoria número três: sobre ressonância inter-pessoal e os olhares.
sábado, 22 de março de 2008
Mulheres
sexta-feira, 21 de março de 2008
Feliz Sexta Feira Santa.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Vibrações
terça-feira, 11 de março de 2008
Claúdia Azul
Quem diabos é Rafael Gloria?
quarta-feira, 5 de março de 2008
A especialização da preguiça
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
“Você fala para dentro.”
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Obstáculo 2
Salve hoje à noite.
amanhã eu vou embora.