domingo, 30 de outubro de 2011

Final


Bem, estou escrevendo o TCC e ando com algum problema de concentração. Porém, com o passar do tempo, notei que não é só por causa do trabalho de conclusão de curso: trata-se de algo maior.

Obviamente, sempre é algo maior. Em um contexto mais amplo acredito que estou condicionado e preso ao computador. Sim, eu sei que é verdade que todos nós estamos, pois, invariavelmente, dependemos dele para trabalhar, seja você jornalista, advogado, médico, engenheiro, etc. Estou dependente dele nesse momento também para escrever o felizardo trabalho e para escrever esse post no blog.

Então, com certeza, deve ser um problema maior do que estar apenas condicionado ao computador. Meu problema superficial tem nome: rede social. Facebook anda me atrapalhando muito, twitter também. É claro que eles não são a razão principal pela qual não consigo me concentrar, mas, com certeza, eles ajudam a piorar o meu foco ultimamente. Criou se uma necessidade em mim de precisar ver o que as pessoas estão compartilhando, ou comentando. E a partir disso criar um julgamento sobre aquilo que elas estão falando e que não vai interferir em nada na minha vida ou na deles. Por vezes, acabo ficando indignado por alguma coisa que se fala/compartilha e etc. E isso ajuda a me atrapalhar e a tirar totalmente aquele fator da concentração. Também se criou em mim a necessidade de compartilhar para os meus “amigos” coisas que eu ache interessante, como se fossem legitimar ou como se passassem a ser real depois da publicação.

Você deve estar achando que estou exagerando, ou que “ele passa tempo demais no Facebook e no twitter e leva a sério demais essas coisas”. Bom, você provavelmente está certo. Uma vez que você participa de uma rede social, você está se representando lá, de certa forma. E tem que estar consciente de suas ações também. Então, é claro que eu levo a sério o que eu posto, ou o que as pessoas postam por lá. É um reflexo da nossa realidade.

Só sei que eu cansei e preciso realmente me concentrar para acabar bem esse TCC. Então estou saindo aos poucos dessas redes sociais – principalmente nesses próximos 20 dias que faltam para a entrega do trabalho de conclusão. Afastando-me das duas, ainda que haja um grupo da formatura no Facebook, o que vou ter que visualizar pelo menos uma vez por dia para ver se há alguma novidade quanto a cerimônia em fevereiro.

É engraçado como essas coisas são, sinto-me meio ridículo ao ter que fazer isso, mas é o que acho melhor para o momento. Sinto falta de escrever para o blog também. Mas em breve, muito em breve, retomaremos.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

estruturado


      Um poema não se constrói sozinho:
é feito de um pouco de mentira e de
alguém que sinta sem sentir e não se
importe com os alheios;
também precisa de um quem que tente entender o que
não precisa se entender e que vai tentar explicar
para outro alguém que nem se perguntou nada.


      Só assim começa a se formar aquilo
que uns vão chamar de poesia, outros de poemas,
outros de “apenas algumas coisas fazem sentido”;
são palavras rimadas ou sem afeto, 
mas, ainda, amarradas tão fragilmente
que, por qualquer besteira, apenas, podem quebrar
ou, muito mais dificilmente, ficarem infinitas.




terça-feira, 11 de outubro de 2011

fechar os olhos


Saiu de cima da bicicleta para o chão com apenas um pulo. Puxou as calças para cima, levou a mão à testa, a fim de limpar o suor, e largou a bicicleta no muro mais próximo. Agora esperava os outros chegarem. Foi o mais rápido. Contou o tempo: levou apenas 25 minutos de casa ao parque. O trânsito não atrapalhou em nada, afinal era um sábado à tarde de fevereiro. Maioria das pessoas naquele momento deveria estar na praia, banhando-se no mar. Se pudesse, ele estaria na praia também, deixando o sol torrá-lo lentamente. Não que o sol da cidade não o torrasse, mas obviamente tudo parece um pouco melhor com areia nos pés. Do nada, a bicicleta perde o apoio e cai no chão, o barulho é abafado pela pouca grama que tenta crescer no chão arenoso. Prateada assim no chão, solta, parada, ele resolve se juntar a ela. Deitar seria bom para descansar enquanto os outros não chegam. Deitar e aproveitar a nuvem que tapa a luz e fechar os olhos só por um instante. E só por um pouco de tempo dormir, enquanto a luz não chega para nos acordar novamente.