domingo, 16 de novembro de 2008

Das uniões

Não adianta querer escrever por demasiado, ou exagerado em evidência; já é célebre a frase, batida, experiente e madura: “Quanto menos, melhor”. Acontece que alguns seres humanos sempre querem mais, desejam transmitir por grandes frases, amontoadas de pontuações – e palavras em lugares estranhos – para desse modo transmitir um outro tipo de sensação. Contudo, até desse modo é necessário cortar alguma coisa, não necessariamente escrever menos, mas aprender a tirar as partes que antes não se encaixavam, que eram totalmente deslocadas do contexto inicial. Isso é uma arte, uma qualidade que poucos possuem. Aliás, acredito que há dois tipos de cortes – para deixar bem claro, apenas em minha opinião –, o jornalístico e o artístico. O primeiro, é o corte para clarificar, limpar o texto, deixá-lo mais acessível aos leitores. O segundo é diferente, carece de uma sensibilidade que realmente poucas pessoas apresentam. Justamente porque é necessário criar uma nova idéia, novas possibilidades, e ao mesmo tempo deixar na mente do leitor uma inquietude, instigá-lo a imaginar coisas. Acho que o meu desafio como jornalista, como pessoa que gosta de escrever, como pseudo escritor (ou escritor que gostaria de ser) é unir esses dois cortes, esse dois jeitos de se ver uma história. A clareza unida a uma sensibilidade atemporal.

Um comentário:

Anônimo disse...

"A clareza unida a uma sensibilidade atemporal"... Terei isso como meta daqui por diante... Lindo! A gente é apaixonado por isso mesmo, né? Como escrever??? Mas eu boto fé em ti, aliás, "esse menino tem futuro"... hehe Boa sorte nessa busca! (Carol)