domingo, 30 de março de 2008

Do outro lado

Ninguém jamais saberá o que tem do outro lado da casa que não entramos. Da pessoa que não conhecemos. Das flores. Das nuvens. Do céu azul que termina no espaço e nunca acaba de acabar. Do medo. Da covardia, ou até da coragem impulsiva e retardada. Nunca adivinharemos o que há do outro lado da floresta, dos olhos, da vida, da morte, do ponto escuro na parede do teu quarto à noite. Das nossas vontades mais obscuras, da vontade de ficar e ter que ir embora. Nunca ninguém vai saber qual a resposta da cura do outro lado. De querermos saber do outro lado. Não há razão, apenas a curiosidade tediosa. Nunca ninguém saberá o que o escritor pensava e o que o leitor achava. O que o músico sentia e o que a música dizia. No que Buda acreditava.

Qual o seu principal outro lado?

3 comentários:

Mari Gil disse...

Do outro lado da cerca a grama é sempre mais verde, o sorriso mais branco e a família mais feliz...
mas o lado bonito mesmo é o de cá...

Pricilla Farina Soares disse...

Essa finitude me assusta um pouco...
As limitações que a vida nos dá seja,acredito eu, para que algo ainda tenha seu encanto e mistério.
Não saber jamais o que há do outro lado da rua ou em relação as pessoas que não conhecemos pode ser tremendamente angustiante, mas é o que faz de nós seres tão interessantes e capacitados para a imaginação. xD
O meu principal outro lado...É que ninguém jamais saberá o quanto eu valorizo os sentimentos e as pessoas que os carregam... :)

:*

Pricilla Farina Soares disse...

*As limitações que a vida nos dá -talvez sejam-, acredito eu...

correção neh :( heauehaeai