terça-feira, 11 de março de 2008

Claúdia Azul

Claúdia me olha atravessado, enquanto eu corto a rua. E eu não me canso. O céu pode cair agora, desabar e as estrelas pontudas, cintilantes claras e obscuras a terra cair e eu – sem ofensas a Deus – não vou nem bola dar. Mesmo que eu tenha que vasculhar no dicionário todos os vernáculos mais aproximados, tamanha beleza eu não vou encontrar. Claúdia branca, Claúdia ruiva, Claúdia misteriosa. Claúdia azul e sonora. Viva e repetida mentalmente. Uma conjuntura, toda ego e toda mundo, espalhada no meu corpo, revestindo minha pele e consumindo os meus pensamentos. O quadro dela me procurando, vistoriando os meus olhos, durante o meu trajeto me paralisou, cortou as funções recorreras e vitais. Claúdia minha, Cláudia Ruiva. Confesso que fiquei cego com aquela visão, mas não é o escuro que me tomou, e sim, uma claridade soberba me apresentando a um mundo - que eu não conhecia. Claúdia Azul e Claúdia Claúdia. Composição não terminada, obra regida e descaracterizada, compassos ritmados em um furacão, driblando o sonho e enfrentando a vida. E a rua. E a minha travessia.

Quem diabos é Rafael Gloria?

3 comentários:

Pricilla Farina Soares disse...

Quem sabe a Cláudia Azul,Cláudia Ruiva, não possa responder vistoriando novamente os seus olhos?! ^^

Pricilla Farina Soares disse...

*Claúdia
(porque eu não perdôo erro com meu nome nem com o dos outros) heuaehai

Daiane disse...

Rafael, eu me identifico bastante com o que tu escreve =D
O teu texto "Teoria número dois: sobre falsas aproximações e amores fugazes" explanou muito bem essa idéia da impessoalidade das relações atuais. É algo sobre o qual eu penso bastante... mas ainda não me rendeu nenhum texto ou conto...

E "Insensatez" praticamente falou por mim, hehehehe... também sou tomada por uma certa angústia quando vou escrever, principalmente quando as palavras não fluem. Mas eu tenho tentado superar esse medo. =P

Bem, é isso. Adicionei o teu blog nos links do meu, ok?

Beijo!