quarta-feira, 5 de março de 2008
A especialização da preguiça
As pessoas andam demasiadamente preguiçosas. Pelo menos desde que me conheço por gente (que expressão idiota, acho que só dei conta da minha presença aos quatro anos). Acredito que seja um fenômeno que vem se arrastando há tempo. E que tem tudo a ver com a nossa contemporaneidade. Ninguém mais consegue se concentrar por mais de dez minutos sem ser alvejado por vontades distantes, que permanecem escondidas no subconsciente, e prontas para aparecer na hora inapropriada. A culpa toda é da mídia, diria o pseudointelectual, acobertado de razões pelos resumos de livros que folheou. Não, amigo, eu diria. Não há “culpa”, há oportunidades. O mundo caminha, cada vez mais, para a completa especialização. Isto é, as pessoas desejarão - alguma coisa no cérebro imposta pela globalização ajudará - aprender somente sobre a sua área, logo em seguida um assunto nesse campo, e depois uma particularidade desse assunto. Se a década de noventa foi o auge do egocentrismo, esses primeiros dez anos do século 21 são a sua especialização. Somos experts em preguiça, em não ter mais força para ler mais de 20 linhas na internet.
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3 comentários:
Eu realmente acho a preguiça desnecessária. Há os que a acham útil,proveitosa (seja lá para o que).Quantas vezes tentamos nos livrar desse bichinho que não nos permite fazer tudo aquilo que queremos e que acabamos não conseguindo?!
A preguiça me leva à frustração de dias não bem aproveitados.
senhor locutor ;*
Tem gente que alega a falta de tempo.
Mas falta de qualquer coisa para ler NÃO EXISTE. Sono, até dá para entender, afinal ninguém passa o dia sem fazer nada, chega a hora de ler e pode acabar babando sobre as páginas.
Talvez, mais do que tudo, essa "preguiça" seja decorrente da falta de hábito. Ler um pouquinho cada dia (como a leitura de jornais) talvez não compense a leitura ampla, longa e detalhada de um livro decente. Na minha opinião modestíssima, os livros são muito mais educativos do que qualquer jornal (excetuando-se, é claro, leituras de auto-ajuda e semelhantes. Até manuais de mecânica e tutoriais de Photoshop são mais interessantes, complexos, instigantes e completos do que esse tipinho de livro).
Mas falta o costume. Porque na escola nos mandavam ler porque o conteúdo vai cair na prova. E sempre uns livrinhos sem noção, que o professor nunca explicava por quê estava nos recomendando, e que raros alunos liam até o final.
Depois de um tempo, percebendo a importância histórica de certos livros, aí sim despertamos a vontade de ler que as leituras obrigatórias tinham atrofiado antes. A questão é essa: importância relativa da leitura. Quem não tem motivo nem vontade para ler não vai ler e pronto. Em conseqüência, não vai nem ler mais do que 20 linhas, e nem escrever mais do que 20 linhas.
concordo contigo quanto à preguiça... estamos mesmo preguiços! sempre arranjanod mil motivos vagos para não fazer coisas realmente importantes e adiando momentos decisivos... atitudes e vontades são deixadas de lado apenas por preguiça de pô-las em prática. e sentamos então nossas bundas em cadeiras na frente de computadores o dia inteiro, ou na frente da televisão, para fazer o que? nada! nada que vá mudar alguma coisa, ou que fará algum sentido...
só não sei se compreendi a tua opinião a respeito das especializações...minha opinião é que tem os dois lados da moeda: é lógico que é péssimo ser alienado e saber apenas o que é necessário para executar sua função; mas por outro lado, se tentarmos saber tudo sobre todos os assuntos, no fundo saberemos muito pouco de quase nada...e é por isso que devemos nos dedicar, ao menos um pouco mais do que a outros assuntos, àquilo que realmente nos atrai, nos soa mais interessante...
sei lá, meu ponto de vista ocupando epaço aqui no teu blog...hehe
e antes que eu me esqueça...
comento raramente porque nunca lembro de abrir o blog...mas quando abro eu leio todos os textos que eu ainda não tinha lido... ;]
acho que hoje eu li uns três. e acho todos ótimos! =)
adoro.
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