Todo mundo têm um duplo. É fato. Quer considerar minhas palavras irreais? É um direito seu, porém, estará se enganando. Não precisamos de espelho, refletimo-nos em nosso outro. Pode ser demorado de encontrar, ou ao contrário, pode estar mais perto do que o imaginado. É uma questão de percepção, de abrir horizontes. Acredito que encontrei meu duplo. Foi em um passeio de ônibus, à noite, quieto, todo mundo dormindo, só eu tentando me manter perto de mim e longe do ronco do colega ao lado. Acordado de madrugada é claro, como sempre. Eu, a música, o livro, e a noite. Quase três horas, quando olhei pela janela, o campo verde, a lua clara deitando sobre a grama, fazendo amor com as plantas, iluminando as malditas árvores, e a agitação do ônibus cortando a estrada cinzenta, que por sua vez me cortava também. Foi a paisagem noturna que me ajudou realmente a me enxergar. Pude me ver com outros olhos (ou com os olhos do outro), mesmo que infimamente. Acredito que meu outro esteja na noite, no cheiro dela, no modo como ela se espalha pelo céu fechando o sol, iluminando de um modo diferente as pessoas, quieta, insolúvel, necessária.
Já descobriram o seu outro?
3 comentários:
epifanias que a madrugada nos proporciona...
vamos manter contato sim =)
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6905375466124227631
Beijos!
Acho que o meu tá na rua. :P
Talvez, sejamos feitos de mais outros ainda...
Bjitos!
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