terça-feira, 8 de abril de 2008

"O horário é que nunca combina"

Todo mundo culpa o tempo. Coitado. Ele não tem responsabilidade dos nossos erros, das nossas incapacidades em resolver problemas. Dos afogamentos próprios. Eu sei que acabo comigo e tenho plena consciência dos meus atos, das minhas faltas de minutos, do correr das horas, dos passos apertados e raramente calmos. Talvez seja a modernidade, a vida adulta – por mais clichê que isso soe – mas as coisas (tudo, o gerúndio, a morte, a planta no chão, o asfalto) têm o seu caminho, a sua passagem. E a nossa função nesse dilúvio de situações é encontrar os raros momentos de reflexão. Suprir-se das pequenas coisas, as que ficam nas entrelinhas, as que permanecem sorrateiramente nos cantos. Todas elas pairam pelo ar, esperando ser captadas por nossos pensamentos coletores, que também voam por aí avoados vivos vidrados. Esperando se encontrarem, para dessa forma se completar, criando uma nova sensação, um modo puro, abrupto, sensível e, principalmente, tangível de se ver as coisas. Como se ligássemos a câmera lenta na vida.

Um comentário:

Mari Gil disse...

Já diria o grande poeta, Cazuza:
O tempo não pára e agente ainda passa correndo
E eu fiquei aqui, tentando agarrar o que eu puder


O grande êxito na vida é, mesmo com o tempo sempre correndo, conseguir enxergar a beleza de uma florzinha no canto da calçada, a gota de orvalho que reflete a luz do sol na folha de uma samambaia, a nuvem em forma de patinho...ou o amor da sua vida passando ao seu lado...e conseguir viver esses pequenos e efêmeros momentos como se eles fossem eternos e atemporais! é ver a vida em camêra lenta, como tu mesmo disse...e saber aproveitar a beleza dos minutos que se esvaem no seu relógio...
=]
desculpa se me empolguei e escrevi demais! hehe
beijo lindo