segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Teoria número dois: sobre falsas aproximações e amores fugazes

Já disseram que o universo está expandindo. E eu falo mais: todos nós estamos nos afastando também. Pouco a pouco, talvez, mas cada vez mais indo embora por completo. Não encaro mais as coisas como simples proximidades, as pessoas se conhecem, mas não permitem mais se aceitarem inteiramente. É triste, todos nós estamos ficando diferentes, sem saber respeitar isso. Vivemos em nossa visão simplória e pragmática da vida, cada pessoa é um planeta com as suas próprias regras e compromissos, não existe conferências inter-pessoais. E quando há, este é um dos caminhos para a verdadeira paixão: seja a amizade apaixonada, ou aquela paixão que aquece e desmonta o coração. Essas coisas que a maioria vive são amores fugazes que às vezes duram uma madruga, ou algumas músicas na pista de dança, ou de repente até anos (quantos ficam casados só por causa dos filhos?). Estamos acostumados com a falsa aproximação, talvez seja medo de se machucar, receio de ser aceito - quem sabe até por si mesmo. Eu cansei, sabe. Não preciso mais de falsas aproximações. A vontade que tenho é de puxar meu universo para perto, e olhar cuidadosamente a minha volta. Cuidar das pessoas. De todas elas.

3 comentários:

Unknown disse...

As pessoas esqueceram o que realmente importa, esqueceram do outro, não sabem mais olhar além de si mesmos,de suas próprias vidinhas tão egoístas e pequenas. Na vontade que sentem de abraçar o mundo, acabam se perdendo e ficando sós no caminho.

Muito legal o teu blog, continue escrevendo e demonstrando através das tuas idéias que ainda resta compaixão e amor para a humanidade!

Priz disse...

Não sei ainda se o que valem são as regras próprias de cada pessoa ou as regras gerais que elas pensam que existem... Não sei se criam falsas aproximações para se olharem no espelho e pensarem "eu estou bem" ou se para que os outros olhem e pensem "ele está bem". Possivelmente muitas dessas relações que duram a vida de uma mosca são assim, etéreas, porque são feitas para os outros verem, para inglês ver! O famoso Q.I. (Quem Indica) não passa disso, mas funciona no mundo "maravilhoso" da Publicidade, não nego.

É tão bom confiar em uma pessoa, poder falar besteira, poder abrir a boca e RIR - e não ficar só combinando jantares de negócios ou trocando apertos de mãos gelados.

E justamente porque ficamos com medo de que o outro seja um mané com péssimas intenções, não sabemos se o convívio com o sujeito vai durar dois minutos ou duas vidas, colocamos um pé atrás e continuamos na mesma: desconfiando das palavras, desconfiando dos gestos e até dos olhares. Continuamos sem conhecer, sem saber, sem interagir, sem graça. Uma situação constrangedora, mas imposta por uma cultura do medo das intenções alheias.

Além disso, conta o julgamento que se faz de antemão. Antes de alguém abrir a boca, temos sobre essa pessoa uma opinião porque estamos vendo que roupa veste, que penteado usa, que sapato calça, estamos sentindo o cheiro (às vezes um perfume, de longe, ou às vezes um fedor terrível, de mais longe ainda), estamos sentindo o toque, mesmo que seja um roçar de braços completamente à toa, ou um pisão no pé sem querer. Acho que esse julgamento prévio, baseado no que se vê e não no que se sente, ajuda a manter as pessoas longe umas das outras - se afastando como as estrelas das galáxias... E cada uma tratando de brilhar ainda mais longe, onde predomina a escuridão, para que o brilho pareça mais intenso.

Pricilla Farina Soares disse...

As pessoas gostam de se iludir e fazer crer que este tipo de aproximação será suficiente...Mas nunca é.
Tbm canso de saber que muitos baseiam suas relações em uma visão simplória do que deveriam ser.
Eu queria que as pessoas se deixassem serem cuidadas, e se preocupassem com isso...


:*