Já te falei dessa distância que há entre nós? Acho que é só entre nós mesmo, não a sinto com mais ninguém. É justamente essa capacidade que tenho de não terminar suas frases, de não conseguir premeditar algo óbvio. Pequenas coisas que atrapalham por completo toda a nossa integração. Nós já fomos mais ligados se lembra? Houve uma época em que segurava a minha mão e eu nem perguntava o porquê disso. Agora sempre me olha sem querer, desviando o pescoço. Quando me vê, dá passos largos, sussurrando baixo, para eu não ouvir. Não sei como acabou ficando assim, se a estrada que nós usamos leva sempre ao mesmo do mesmo, ao óbvio que canta as suas obviedades. Ah, e eu gostava tanto de fingir te ter. Me diz, como foi acabar assim? Esse seu jeito moleque, meio infantil e louca, divertida e engraçada, séria e chata, não dá para esquecer, por que foi acabar assim, droga, não?
Salve hoje à noite.
amanhã eu vou embora.
3 comentários:
Tchê, às vezes a melhor coisa que se tem pra fazer é ir embora. Só pra ficar ansiando pela próxima vez... Só pra tornar cada encontro mais intenso. E isso não acaba!
"...Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
(Lispector)
adorei este teu texto Rafael xD
:*
acho tão bonitinho o jeito como tu demonstra sensações nos textos :)
adorei, adorei.
:*!
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