quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Teoria número doze : sobre Lides e a interioridade externada

Antes de tudo tenho que explicar o significado do termo Lide para as pessoas que não o conhecem. Seria o primeiro parágrafo de uma notícia impressa, completamente informativo, que procura responder àquelas perguntas básicas do jornalismo: “quem? onde? quando? por quê? como? o quê?” (não necessariamente nessa ordem, e nem necessariamente responder a todas as perguntas). A realidade é que se deve filtrar o mais importante e então produzir a “pirâmide invertida”, termo que a maioria dos estudiosos utiliza. Isto é, escolhemos as prioridades, e começamos por elas, deixando o menos atrativo para o final. Mas eu me pergunto, e se o verdadeiro atrativo não for o que é tão palpável e tão óbvio? Sempre acreditei que todas as sinuosidades da vida têm segredos, não somos lides, não somos textos pré-fabricados, sem nenhuma posição autoral. Somos pessoas, com emoções, valores, medos e desafios. Assim como um texto deve ser. Por isso que o bom jornalismo se faz de dentro para fora, usando a sua principal ferramenta, a investigação. Somente a apuração dos fatos unida a uma linguagem inovadora e próxima do ser humano pode completar – e contemplar – a vida, o texto e o próprio jornalismo.

Nenhum comentário: