domingo, 30 de agosto de 2009

Crônicas de um repórter novato - parte VIII

Eu sou um dinossauro. E o cometa já está chegando para me tornar um fóssil. É, já tava na hora de deixar combustível para as próximas gerações! Pode ser exagerada, mas a analogia é boa. Sinto-me um dinossauro na faculdade atualmente. Olho para os bixos (calouros que acabaram de entrar na faculdade) e fico imaginando o que eu pensava quando estava na situação deles, quando tudo é novidade. E a gente se empolgava por pequenas coisas.


A faculdade é uma coisa cruel, pois vivemos tudo intensamente. A começar pela sua divisão de tempo. É como se fosse dois anos em um só, cada semestre é na verdade, ao meu ver, 365 dias. Novas cadeiras, novos professores, e os mesmos colegas, aprendendo as mesmas coisas que você. E por ser poucos meses de aula em um semestre, a produção e a preocupação com as cadeiras se intensificam, fazendo com que o tempo se comprima e que as nossas cabeças experimentem a faculdade por mais tempo. Ela está sempre ali: presente, com os trabalhos, as provas, os professores idiotas ou os bons. Mesmo que você goste ou não.


Sempre tive uma relação de amor e ódio com Fabico. Sempre tive dúvidas sobre se estava fazendo a escolha certa. Mas eu nunca quis ser aquela pessoa que sabia exatamente o que queria fazer da vida eternamente. Não. Isso me entediaria muito. Eu sei o que eu vou fazer sempre: escrever. Mas ser jornalista? Eu realmente não sei até quando. Atualmente, tenho voltado a gostar da faculdade, talvez pela proximidade do seu término e a chance de fazer uma monografia boa, em que possa explorar o assunto que me interessa.


A minha certeza é o sentimento de “não pertencimento”, sabe? Quando você olha para uma pessoa e vê que ela já não é mais sua amiga, como antes. Ou quando percebe que aquela atividade que você gostava tanto, já não lhe é mais assim tão interessante. Eu entro na faculdade e não me sinto mais tão “pertencido” por ela. Mas acho que é normal, acho que é por aí. Afinal de contas, eu já sou um dinossauro mesmo.

Um comentário:

Mariana disse...

Não dizem que a única certeza é a incerteza?
Talvez aí esteja a graça
Não só da faculdade, mas também da vida.
Quando tu apostas nas tuas escolhas, não há certeza alguma sobre o que vai acontecer depois de "casares" com elas. É um mistério. E se não for como esperavas? Ah, valeu a tentativa!

Mas acho que ainda há alguma chance de a Fabico te surpreender... Espera.
Ah, bem vindo ao mundo dos dinossauros haha!