sexta-feira, 31 de julho de 2009

Teoria número dezenove: sobre textos e pessoas

Sempre achei semelhante o processo da escrita e o de saber a importância de uma pessoa. Quando termino de escrever um texto e preciso relê-lo muitas vezes para que goste, é sinal de que há algo errado. Bem errado. Significa que ele simplesmente não está excelente, porque o texto com qualidade é aquele em que lemos e que não precisamos tentar nos convencer de que está bom. Não. Contudo é difícil de isso ocorrer, uma vez que de prontidão um texto raramente fica adequado, na realidade, ele precisa ser muito mais trabalhado até que encontremos o ponto certo. Precisamos mudar o texto e ir averiguando até que ele esteja bom o suficiente.

Acho que isso acontece com as pessoas também.

Só que com elas, pelo menos comigo, sempre foi ao contrário do texto: cada indivíduo que foi importante na minha vida, eu gostei de prontidão, de bate pronto. Tudo sempre funcionou meio que no tato. Nos olhos, sorrisos ou em conversas aleatórias sobre qualquer coisa. Meus melhores amigos nunca precisaram ser trabalhados ou “lidos” várias vezes para que eu os compreendesse. Assim como as paixões que tive, sempre foi alguma tensão antes, algum olhar, o modo como segurava a mão, se preocupava de um jeito diferente, fazia caretas ou falássemos de qualquer assunto com naturalidade.

Meu ponto é: os melhores textos e as melhores pessoas da nossa vida são aquelas que nos marcam à primeira vista. A primeira leitura. São essas pessoas e esses textos que você deve guardar para sempre, mesmo que depois de um tempo só reste lembranças.

6 comentários:

G. disse...

Concordo plenamente ctg... não acredito nessa coisa de "aprender a gostar", "se acostumar". O máximo que conseguimos com esse 'esforço' para gostar é um apreço meio morno. Tanto em relação À textos como pessoas, mto embora eu nunca tenha pensado nesse paralelo. Bjos

G. disse...

opa, crase pessimamente colocada. faço questão de retira-la. haha. bjos

Leila Ghiorzi disse...

Perfeito!

Sabe como eu gostei de ti? Na hora em que eu te vi na aula com a camiseta com o CD A Hard Day´s Night!
Daí eu pensei: esse é um cara legal!!

Beijo

gregtest disse...

Só discordo que esse momento no qual se percebe a potencial importância de certo livro ou amizade seja no primeiro contato. Ocorreu comigo de demorar para perceber o que realmente significavam alguns livros e algumas pessoas.

Abraço!

Carol Lewis disse...

"Três atos temporais de Rafael Gloria":
I - O tímido
II - O idealista
III - O cafajeste!
hehehe

Pra bom entendedor, minhas referências servem.

Caroline Abreu disse...

Olá! Adorei o texto e, de certa maneira, concordo com a idéia. Nunca tinha pensado nesse paralelo, textos e pessoas. Mas faz sentido. :)