sexta-feira, 23 de abril de 2010

Que nunca termina

Ainda finge que é casada.

Coloca os dois pratos na mesa

e na hora de dormir

procura o abraço por entre


os travesseiros.


Perde para o cansaço apenas depois das três.

Lembra até do forte barulho ao respirar

e dos, vários, tiques

ao dormir.


O calçado ainda está na mesma posição.

Assim como despertador

pronto para tocar.


Tempo que não volta,

hora que nunca termina.


Essa é a sina.

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2 comentários:

Mariana disse...

E assim a ausência se faz presença (dura).

Belíssimo poema!

Pam disse...

o coment da mariana está perfeito.
só dá pra assinar embaixo..
e agora me lembrei de uma coisa nada a ver.. que vi no curso de extensão o sábado inteiro:
a presença está dada, mas a ausência é estruturante
rsrs...
lindo poema! pra variar

bjoo