Quando você voltar para esse mundo será no formato daquele pássaro que tanto admirava. Pequeno, discreto, com as penas marrons claras. Aquele que solta as asas na rua e voa por aí, sem rumo. Pouco percebido e, justamente por isso, tão livre. Vai pousar nos capôs dos carros, nos canteiros das janelas, nos fios de energia que ligam os postes. Vai roubar a uva na parreira daquela única velhinha que ainda tenta cultivar a fruta na cidade grande. Montará ninho em algum poste, ou em árvore qualquer – um ninho tão forte que nem a chuva ou outra ventania vai ousar destruir. E vai voar por aí e de algum modo dará um jeito de me encontrar de novo. Em qualquer formato, em qualquer circunstância. O futuro a gente deixa com os pássaros.
Um comentário:
Quero um futuro bonito assim...
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