domingo, 3 de janeiro de 2010

Meu ideal

Você picará a cebola para fazer o arroz, eu vou ficar olhando a sua mão adquirir aquele cheiro de tempero tão normal, tão característico. Vai levar a lasanha que eu tanto gosto para o forno e nós vamos comer juntos. Não vai me deixar morrer de fome. Depois eu prometo que preparo – ou vou buscar – a sobremesa. E o clima mudará quando começarmos a assistir aos filmes que eu aluguei: uma comédia romântica, um drama cult, um filme de aventura. Com pausas para algumas bebidas, é claro. Além das nossas músicas favoritas, os clássicos da década de 50, 60, algo moderno que você trará e as conversas filosóficas sobre besteiras – porque elas são coisas sérias – do passado ou do futuro. Prometo até arriscar alguma coisa no violão, mas só porque você estará junto, só porque você tanto insistiu. E é quando a sua risada ficar mais alegre, ou quando a minha se perder com todos esses acontecimentos, que o momento certo nascerá. Por entre os seus olhos ariscos arriscados ou surgindo por entre as mãos brancas cheirando a cebola e tocando nas minhas, os corpos hão de se encontrar. Assim junto com a noite mesmo, tudo se convertendo para tudo que eu sempre quis. Se unindo pelas peles, por entre os corpos em uma só tensão, em um só movimento.

Um comentário:

Pam disse...

eu não devia ler teus posts na minha situação atual.
como eu sou burra!

ótimo como sempre, rafael.

bjus!