Se faz jornalismo para se mergulhar de cabeça na vida dos outros, não? Mergulhar de forma verdadeira, não mergulhar pelos lados, mas por dentro. Captar o que não é dito é uma das coisas mais essenciais em uma reportagem, em um texto, na vida. Dentro dos gêneros jornalísticos o que mais me interessou sempre foi o Perfil.
Porque é lá que você reconhece o outro, e mais, aprende com o outro e capta o que de mais importante essa pessoa pode passar para o futuro público que lerá o texto. É uma pena que muita gente – e muita gente boa – confunda o modo de se fazer um perfil. Em muitos casos, o jornalista perde o foco, achando que esse texto trata-se de uma biografia, quando na realidade deve-se explorar apenas um lado, do perfilado.
Por isso o nome perfil entende-se que a pessoa está de lado, somente um lado dos vários que ela possui. Essa delimitação ocorreu até por uma questão de espaço também, não era possível disponibilizar muitas páginas do jornal para um perfil, imagine então para uma biografia!, só em livros mesmo. No Brasil temos o Ruy Castro, um excelente exemplo de biográfo.
Ambos gêneros são interessantes, dá para comparar o perfil com o conto e a biografia com o romance, guardadas as suas limitações, obviamente. Não vou aqui tentar mostrar como se faz um perfil, até porque não tenho capacidade disso, mas gostaria de levantar essa questão sobre o quanto um bom perfil traz prestígio para uma publicação.
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