Então eu nunca havia visto o Carlos Heitor Cony e lá estava ele sentado a alguns metros de mim. Um senhor distinto, graça àquele bigode tão bem aparado, desenhado no rosto. E foi justamente o bigode o principal responsável pela fixação dos meus olhos na figura do escritor, durante a banca de jornalismo literário em que participei recentemente no congresso de Jornalismo Cultural. Era um bigode tão bem cuidado que me fez imaginar que ele, provavelmente, deve carregar um pente especial no bolso do seu paletó só para deixá-lo mais bonito. Ah, para ajudar a completar a figura de cavalheiro inglês, Cony também se utilizava de uma bengala, que só aumentava ainda mais o seu grau de distinção. O bigode, a bengala e a fala rápida, direta, objetiva, esclarecendo, para ele, o que era os princípios de um bom jornalismo. Não sei, mas já é o terceiro jornalista clássico (livros publicados, respeito e um belo trabalho realizado ao longo de muitos anos) elegante que já vi; os outros eram o Tom Wolfe que tive a oportunidade de apertar a mão e o Mino Carta, que tive a oportunidade de entrevistar. Elegância e bom jornalismo caminham juntos? Talvez a elegância do texto e do apuro jornalístico também com o passar do tempo comecem a se confundir e a se misturar com o da vestimenta. Cony que o diga.
Um comentário:
aaah adorei a narrativa descritiva deste texto (que comentário técnico)
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