quinta-feira, 18 de junho de 2009
Não hoje
Eu sempre tenho recaídas. Você me conhece. Não sei por que ainda perdeu tempo, perguntando se eu iria à festa hoje. Eu tenho cara de quem estava a fim de ir à festa? Eu faria o tipo chato. Começaria a beber, ficaria feliz e mais expansivo. Faria piadas sobre seus amigos, depois atropelaria todos indo ao banheiro a cada cinco minutos. Logo, as piadas perderiam a graça, eu perderia o controle e as cervejas começariam a cair juntamente com o resto de vergonha do meu corpo. Tornaria-me o cara chato da festa, e você seria a acompanhante do cara chato da festa. Não sei se quero isso, é claro que não quero, não quero mesmo. E lá vem aquela cara sua de “não sei porque você faz isso comigo se eu te amo tanto”. Respondo com a minha expressão casual de costume, que você parece nunca desvendar, apenas interpreta como bem entende. “Eu não sei” é o que o meu rosto diria se pudesse falar. Eu não sei. Apenas, deixe-me ficar aqui em casa hoje, deitar e ouvir música quieto, Eugênia, não vou dar a mínima para a sua expressão hoje. Hoje eu não vou dar a mínima para tudo que você me disser.
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