segunda-feira, 29 de junho de 2009

Crônicas de um repórter novato - parte VI

Tanta coisa que eu quero fazer, tantas pessoas que eu quero conhecer, tantas viagens, tantos textos, tantas, mas tantas coisas que a minha ansiedade acaba por ficar ainda mais ansiosa. Tantos filmes que eu não vi, tantos livros que eu também não li, tantos olhares – de todos os tipos – que eu perdi.

E o dinheiro para isso tudo?


A parte racional também sempre fala alto para não andar nas nuvens e depois despencar direto. É um mecanismo de defesa. Mas as coisas vão melhorar porque há tantas, mas tantas coisas para eu fazer ainda. E mesmo que pareça irracional, primário ou juvenil, às vezes, sim, às vezes as coisas se arrumam sozinhas.

Odeio escrever “as coisas”, porque fica muito genérico, mas não me vem nenhuma outra palavra a minha cabeça no momento. Fiz uma dessas coisas legais na última sexta-feira, quando resolvi comparecer a uma iniciativa também legal feita pela Coordenação do Livro de Porto Alegre, a Maratona Literária.

Para quem não sabe, a Maratona Literária consiste na leitura integral de um livro, escolhido por votação, tanto pela Internet, como em urnas. Todos os interessados podem votar. Grande Sertão: Veredas do Guimarães Rosa foi o escolhido dessa vez, talvez o livro brasileiro mais importante do século 20. Foram necessárias 34 horas de maratona para que fossem vencidas suas quase 600 páginas. 22 pessoas seguiram do início até o fim.

Infelizmente não fui uma delas.

Na verdade, fiquei pouco tempo, fui mais para assistir a abertura e perceber como era o clima da noite, falar com algum espectador. O que pude perceber de imediato é que o livro assume um papel diferenciado, pois é – literalmente – o centro do espetáculo. Tanto que ele está na parte central do Centro Cultural Érico Veríssimo. São formados pequenos grupos de até seis pessoas, na qual uma por uma se revezam em um pequeno palco, na qual lêem um trecho do livro e assim por diante. Depois algumas intervenções artísticas são feitas, todas para celebrar o mais importante da noite – o livro.

Ideias como essas são muito bem-vindas e rendem excelentes histórias, tanto jornalísticas, como literárias.

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