Santo Antônio é o culpado dos vários casais que se amam. O santo dos relacionamentos. O meu santo. O que eu fazia naquela procissão? Não estava segurando nenhuma luz, não estava de mãos dadas. Nada. O que eu sentia? Saudade, talvez. Desdém? Um pouco. Santo Antônio mexeu comigo novamente, pegou no meu ponto fraco. Justo ele que é o meu padroeiro. Não pude agüentar toda a caminhada, me peguei desconfiado demais para celebrar algo tão bonito.
À medida que me afastava, as luzes ficavam cada vez mais intensas. Pequenos focos iluminando toda uma rua, várias ruas. Várias pessoas. Se existe algum Deus, se existem santos, eles estavam caminhando ali no meio. Em algum momento, escapando pelos olhos dos casais. Ajudando as pessoas idosas a seguir em frente,a pagar suas promessas. E eu estava me afastando de tudo aquilo, observando tudo. O quadro é sempre mais bonito se vermos por completo, se fugirmos dos nossos problemas. É o que a procissão faz com nós, é o poder que somente os santos possuem sobre as pessoas.
Um comentário:
Na fé, "se fia", não se desconfia. A famosa "fides"! Quer ver uma coisa inexplicável? Olha como tu começa esse texto, falando da canção "Segura na mão de Deus"... Sempre, na celebração que for, ela enche meu olho de água. Minha mãe cantava isso no meu parto, depois de 14 anos passados da segunda 'experiência', ela achava que algo poderia dar errado. Essas coisas de crença podem ser coincidências, mas são lindas, não há como negar...
Postar um comentário