quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pouco a pouco

Pegou na sua mão lá pelas 23 horas, as lojas de roupa já estavam fechadas e os dois passeavam quase que completamente sozinhos, esquecidos por entre livrarias trancadas e vitrines escuras cheias de manequins . Ela deixou os dedos de Márcio deslizarem suavemente pelos seus até os segurar, os prendendo. Era tarde da noite para um shopping e os funcionários da limpeza já chegavam, vestindo a camiseta azul clara padrão, e trajando a calça preta, eles varriam o chão com toda a calma do mundo para depois atravessarem um pano molhado com algum desinfetante. Helena e Márcio andavam a sós pelo segundo piso, enquanto as luzes do centro comercial, também calmamente iam se apagando. Agora que finalmente eles haviam dado as mãos, uma voz no alto falante começou a aparecer. “O Shopping está fechando dentro de quinze minutos, por favor pedimos para que os clientes se dirijam as portas de saída”. Márcio olhou para o alto falante como quem amaldiçoasse a sorte e virou para Helena, “acho que teremos que ir embora”, disse. Ela sorriu e virou o seu corpo ao encontro do dele. “Você me leva embora daqui?”, com a voz manhosa, quase triste, mas quase feliz. A blusa branca, a calça jeans justa e os olhos morenos. “Claro, Helena, claro que eu te levo daqui”, respondeu apertando a mão da moça enquanto os funcionários continuavam a lavar os pisos e as luzes dos andares se apagavam pouco a pouco.

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