sábado, 31 de outubro de 2009
Teoria número vinte e dois: sobre a música certa e todo o seu destino
É verdade, servirá como fundo musical durante todo o tempo que conviverão juntos. Ou até para frente. Daqui a alguns anos, mesmo que vocês nem se falem mais, provavelmente se a música tocar enquanto ela estiver em um bar, com certeza lembrará de algumas coisas – se você fez a escolha de música correta, importante frisar isso.
A verdade é que a primeira música trata de traçar um perfil da pessoa também, vamos construindo a visão dela em nossa mente. É um modo de conhecer os seus interesses, de conhecer sua cultura e também, por que não, as suas tradições.
De certa forma, a primeira música pode abrir, ou fechar portas para milhares de possibilidades, interferindo, desse modo, no nosso destino. Eu sempre penso muito bem antes de mostrar para uma pessoa alguma música (ainda mais se estou a recém conhecendo): isso pode mexer com todo nosso futuro.
E isso me leva a perguta cretina, que a maioria de vocês não vão responder aqui: Com que música você se apresentaria?
Crônicas de um repórter novato - parte X
Será que o quanto mais subimos no Jornalismo mais chata fica a profissão? Quando nos tornamos editores a responsabilidade fica muito maior, além de você ter que participar de inúmeras reuniões, fechar a edição, muitas vezes trabalhar em fim-de-semanas e em feriados..e o mais chato de tudo: não escrever tanto quanto era repórter.
E isso é o que mais me atrapalha.
Já que eu entrei nessa profissão porque gostava de escrever (lembrando aqui novamente que não é o motivo certo para entrar no jornalismo, mas...). Não me vejo apenas como editor, cortando o texto dos outros, assassinando seus parágrafos, sangrando as letras, as idéias morrendo.
É meio exagerado, mas talvez por isso eu não me torne um bom editor. Ou não cortaria o texto do colega, ou acabaria reescrevendo todo, para assim poder exercer a escrita novamente.
Caberia a mim a função de repórter mesmo. Apurar uma matéria, escrevê-la da melhor forma possível, pensando na estrutura, no enfoque, nos objetivos e em sua essência. Depois o editor a revisaria, cortando alguns pedaços, assassinando certas partes do meu rebento.
Ou posso me tornar repórter e editor de mim mesmo. Com uma revista só feita por mim. Ou um site. Só comigo e comigo mesmo. Mas dessa forma eu que acabaria enlouquecendo - e me assassinando.
Ahá.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Sazonalidade
sábado, 24 de outubro de 2009
Perigo para mim mesmo
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Pré-nupcial
Antes de eu entrar naquele velho esquema
Antes de
eu voltar
a acreditar
em todas
as coisas
que você vai me
dizer
Antes de suportar minha imaginação
Antes de dançarmos no escuro
Antes de eu perseguir
meus erros
[e os seus erros
Antes de eu me cobrar
em melhorar
Antes de você
realmente
me conhecer
Antes de tudo:
me dá tua mão?
domingo, 18 de outubro de 2009
Onde você dormiu na noite passada? - postagem temática
Soltando as botas pelo carpete marrom, tirando a meia calça, que libera a mostra as tão torneadas pernas brancas. Cansada, reclamona e com a maquiagem toda borrada. Os óculos escuros no rosto são atirados friamente no móvel mais próximo.
Dançando até o banheiro, como se ainda estivesse na festa, mexendo as pernas com ritmos alternados por entre os móveis da sala. Ela não via Eduardo, talvez não visse ninguém. Ele também não se fazia notar: mantinha-se quieto por detrás de um grande armário. Enfiado em suas angústias, tentando acreditar que a sua filha nada teria feito na noite anterior.
Do seu lado um retrato de sua esposa pendia na parede. Costumava falar freqüentemente com ela, como se ainda estivesse por perto. “Há pouco tempo era uma criança engatinhando. Elas crescem rápido. Elas crescem muito rápido. Chega a ser cruel, não acha? Chega a ser cruel. Não sei se estou fazendo certo, sabe. Não sei se tenho sido um bom pai. Acho que não, desde que você se foi, eu fiquei quase sem caminho. Ficou só eu e ela. Nunca tive muito jeito para a educação, mas, mas alguma coisa em mim, saiba, Maria. Saiba que eu tentei, mas não sei mais.”
Marianne se tranca no banheiro e o barulho do chuveiro se espalha pelo apartamento. Eduardo sai do esconderijo buscando as roupas atiradas no chão, vasculhando a bolsa da filha, mais por obrigação, rezando para não encontrar nada que pudesse condená-la. O que de fato acaba se confirmando. Só faltava mais uma questão que circundava em sua cabeça desde que Marianne passou a demorar demais para chegar da festa: onde ela havia dormido? Ou melhor, com quem?
Lutava desesperadamente com a ideia de que pudesse ter feito algo que em sua cabeça seus dezesseis anos não lhe permitiam. Lutava tanto contra a ideia que criava uma espécie de fé apocalíptica. Resolveu abandonar a questão. Sua filha, afinal de contas, havia chegado em casa. Deixaria esses assuntos para lá.
Recolheu humildemente as roupas, deixando-as no cesto. O barulho de água aos poucos ia cessando. “Marianne finalmente estava em casa, não é verdade?”, Eduardo conversava com o retrato da esposa., “ela está bem, de alguma forma prefiro acreditar que ela está bem”. Toca com a mão nos olhos pretos castanhos de sua esposa, olhos que Marianne herdou, e vai para o seu quarto finalmente descansar.
Esse post faz parte do Blogsintonizados entre lá e participe você também.
Sugestão para o próximo tema: impulsividades.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Nunca se sabe
Vai transar loucamente
Vai fazer coisas que nunca fez
e
vai dizer todo dia
que é como se amasse pela primeira vez.
Mas embora sincero pareça
o ontem confirma que não.
As palavras também acontecem pelos afetos passados
e pelas mãos.
Agora grudadas nele.
E amanhã
em quem será?
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Nos minutos finais
Por mais que eu tente adiantar as coisas eu sei que sempre vou deixar para os últimos dias, para as últimas horas. Mesmo que eu queria fazer com duas semanas de antecedência (e, Deus, às vezes eu tenho essa intenção) sei que o destino vai me enganar, passar a perna, e dar uma forma de eu deixar para amanhã, para depois. Não é toda minha culpa, eu juro. Eu tento. Talvez devesse tentar com mais gana. É certo que tenho uma parcela em ficar postergando (está correto?), mas, mas talvez seja do ser humano. É essa maldita acomodação que nos brinda de vez em quando. Estou aqui escrevendo no blog, enquanto deveria estar escrevendo a matéria para a a revista 3x4 da faculdade que estamos produzindo. Enfim, vou acabar de postar aqui e vou lá escrever. É só meia-noite meia. Grande madrugada. Abençoa as nossas cabeças.
Ah, feliz dia das crianças (para a criança que existe em você, espero)!
domingo, 11 de outubro de 2009
Meu nunca mais
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Em todas as horas
Eu te amo.
E não é nem meio dia.
Imagina quando chegar
na metade da nossa vida.
Lá pelas três da tarde
já estaremos morando juntos
- sem alarde
Mas,
às 15 para as cinco,
teremos a primeira briga séria.
Talvez tiremos meia hora
para pensar
será nossa epopéia
diária de ida e volta
Por volta das seis
retornaremos ao nosso esquema
Estaremos mais velhos,
encaminhados para o final
De braços dados, quando a meia noite chegar
e a escuridão invadir nossas futuras covas rotineiras
eu vou continuar a te amar,
porque daqui a pouco já há
de amanhacer
novamente.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Top 5 - Melhores danças do cinema
Há muito tempo eu tinha vontade de fazer um top, muita gente acha idiota, mas eu adoro as discussões que esse tipo de sistema suscita. Fora que todo mundo tem uma lista favorita, né. Por isso que nesse mês estou inaugurando essa seção, intitulada Top 5, com algumas das melhores danças do cinema – pelo menos as que me marcaram.
5 – Cantando na Chuva
Cena clássica do filme com Gene Kelly. Onde ele canta e dança, fazendo uma coreografia altamente imitada depois. Homenageada até por Stanley Kubrick mais tarde no clássico Laranja Mecânica, outro puta filme. O que eu mais gosto dessa dança é o fato de ela ser muito singela, marca de um tipo de filme que não vimos mais nos cinemas. Fora que o Gene Kelley era um ótimo dançarino, como você pode conferir a seguir no vídeo:
4 – Pulp Fiction
É o momento do filme em que Tarantino homenageia a cultura pop dos anos cinquenta, com aquele cenário da lanchonete ambientada na época e a canção de Chuck Berry. A dança é quase uma autoparódia, principalmente porque John Travolta fez dois filmes musicais clássicos da década de setenta (Os Embalos de Sábado à Noite e Grease – nos tempos da Brilhantina). O casal Uma Thurman e Travolta convence, dançando como pessoas normais e ao mesmo tempo desligadas do mundo.
3 – Flashdance
Assisti à Flashdance por obrigação, realmente não queria ver o filme, mas acabei assistindo. Não gostei muito falando sinceramente, mas a música é boa e a dança melhor ainda. O filme foi inspirado na vida de Maureen Marder, uma mulher que trabalhava de dia como operária e de noite como dançarina em Toronto – ela queria entrar em uma prestigiosa escola de dança. Ela acabou assinando um contrato em que autorizava a Paramount Pictures a retratar sua vida no filme por apenas 2.300 dólares. Ou seja, acabou lucrando quase nada, pois o filme fez um sucesso estrondoso, fiquemos aqui com a sua dança:
2 – Os Embalos de Sábado à Noite
Filme símbolo da música disco dos anos setenta. O filme fez um sucesso estrondoso no Brasil, todo mundo queria ser Tony Manero, personagem interpretado por John Travolta. Dizem até que a gíria maneiro que significa legal, surgiu daí. Roupas, comportamento, dança. O personagem fazia sucesso com as mulheres não porque era valentão, ou porque tinha dinheiro, mas porque sabia dançar muito bem. E essa é a unidade do filme. Os Embalos te leva realmente para dentro de uma discoteca, com a música dos Bee Gees e as coreografias clássicas. Um filme que realmente marcou e que servirá de referências para várias décadas. Só NÃO assistam a continuação. Lamentável.
Fiquem com a minha dança favorita do filme:
1 – Perfume de Mulher
A genialidade de Al Pacino ainda não foi alcançada. Essa cena é uma daquelas que marcam o cinema, que faz o coração do espectador acelerar. Poucos atores conseguem interpretar um deficiente visual tão bem e ainda nos fazer acreditar que ele realmente sabe dançar o Tango. É elegante, suave, forte e desafiador. Só dá para parabenizar mesmo. Ah, lembrando que nesse mesmo filme o Coronel também dirige uma Ferrari. Dá-lhe!