domingo, 6 de setembro de 2009

Meu bluebird

Até quando você vai cantar aqui dentro do meu peito confuso? O sereno que te alimenta ainda não foi embora de vez. Posso ouvir-te por mais horas a fio, sem perder a meada do destino. É rubro e azul claro, e é meu também. Desfalece a cada nota, em que diz tudo e em que diz nada. Eu não te tranco, está livre para soprar. Bluebird alta voz você sempre em mim terá. O sereno provavelmente um dia há de findar, mas as marcas em que pisa, não mais vão sumir. Cinco segredos entre nós, agora é assim que vai ficar. Você deixa os medos, e eu deixo os sussurros. Troca justa, melhor não há. Bluebird faça o seu ninho porque daqui não vou fugir. Deixa o sereno preto ensaiar performance, a gente arranja um lugar para se esconder. Um dia o tempo em nossa volta, assim como suas asas e seu sopro e a minha vontade vão se misturar. É uma droga, mas é o que posso prometer. Agora canta a música, canta tudo, dorme depois, que a manhã já chega, devagar, serena. Eterna.

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