quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vai surgir

Os olhos serpenteiros esverdeados vão esboçar a incontrolável vontade. Vai subir pelo corpo e rondar o ambiente, contornar o seu rosto e sucumbir no cabelo cheio de volta - se perder nele, se jogar nele. E vai esperar. O silêncio surgir quando se fica quieto em dois. É o momento sem palavras mais importante do mundo. É o tempo mais calmo e estrangulado. Esse que precede a boca, a sua boca na minha. Toda essa vontade em contratempos de tempo é promessa de se tornar experiente em cruzados encontros das esquinas dos nossos corpos. Escalando todos os beijos imaginados e perdidos. Todos os ensaios de silêncios anteriores, só para este. Só para este. Surgir.

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