Então eu
soube que você vai namorar. É o seu primeiro namoradinho, você recém completou
15 anos. Como assim você me pergunta se aquele filme que tá no cinema é bom?
Ele quer te levar para ver, né. Tão jovem. Quando eu soube, senti um aperto
estranho. Parece que tinha algo ali, entalado. Parece que algo estava errado em
mim também. Como assim? Como assim?
Mas passou.
Acho que
era só susto. Depois eu percebi que você não é mais aquela menininha. Agora,
você está crescida. Agora, você está formando suas opiniões, que darão base
para como vai agir daqui em diante. Saiba, porém, que para alguma coisa aqui em
mim você sempre será a minha mais nova, a que eu vi crescer, a que eu
acompanhei, troquei as fraldas, com quem eu aprendi a carregar um bebê no colo.
Então, já
que você está entrando nessa “coisa” meio maluca que é um relacionamento, ainda
que seja o primeiro, eu só tenho um conselho: se jogue de cabeça. Se você está
com alguém – e esse alguém desperta algo bom e único em você – então é o certo
a fazer. Mesmo que provavelmente vá doer
em algum ponto, eu quero que você sinta tudo, toda essa paixão, todo esse
receio, toda essa ansiedade, essa dúvida, essa alegria, esse medo. Se
apaixonar, estar com alguém, entrelaçar-se...É dar uma espécie de sentido a uma
parte da sua vida. E não ter isso ou perder isso, seria simplesmente trágico. Então,
sinta tudo, experimente esse sentimento, se perca nele, perca a razão, recobre
a razão.
E, qualquer
coisa, estamos aqui.
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