É, quem diria. Aqui estamos nós um ano depois. Aqui estamos
nós em pé, fortes, ainda rendendo, ainda escrevendo. E não estamos menores,
isto é, tivemos algumas quedas pelo caminho, mas outros entraram, outros
ajudaram a manter o ritmo. Ritmo. Talvez seja isso que explique que uma ideia
possa se manter, ficar, permanecer, sabe? Sabe. É o ritmo que se impõe que mantém
tudo funcionando. E isso inclui publicações jornalísticas também. O que é uma
revista, o que é um jornal, o que é um site se não um organismo vivo? Que
produz, que reproduz, que analisa, que respira?
Respirar. É isso que o Nonada vem fazendo há quase um ano.
Dia nove agora completaremos com orgulho 365 dias online sem interrupção. E
isso não é pouco tempo para uma publicação que visa cobrir o jornalismo
cultural com um viés mais aprofundado na internet e de forma independente. Não é
pouco mesmo. Quem conhece essa área sabe que há um debate já antigo, mas sempre
pertinente, sobre o rumo que o jornalismo que cobre a cultura tomou –
principalmente nos jornais de grande circulação. Trata-se de um jornalismo
pautado pela agenda, focado, em boa parte, no produto cultural e que não
levanta a bunda da cadeira para tentar pensar um pouco mais além do release. Perdemos
espaço de crítica, perdemos capacidade de selecionar pautas (já que a maioria
delas vem diretamente das assessorias de imprensa para a confortável caixa de
correio) e, por fim, perdemos a capacidade de nos revoltar.
Perdemos? Não, nem todo mundo perdeu, nem todo mundo se acostumou,
nem todo mundo quer que as coisas continuem iguais. O Nonada veio sim para ser
uma publicação que reflete, que seleciona, que busca se aprofundar nas pautas. E
o site só chegou ao seu primeiro aniversário de forma independente porque as
pessoas acessam e querem ter conteúdo desse tipo. Sim, e na internet –
aquela plataforma em que insistem que se deve ser tratada superficialmente,
porque se o texto for muito longo “ninguém” vai ler. Algumas das matérias mais
acessadas do Nonada são as que tiveram a maior quantidade de caracteres. Se o
conteúdo for bom, terá leitura, terá repercussão. Cada vez mais grandes
revistas colocam seu conteúdo na internet. Para ilustrar, cito o exemplo da
Piauí, que recentemente disponibilizou todo o seu acervo online.
Uma coisa que aprendi com o Nonada é que a gente tem que
vencer na insistência. A princípio estava tudo contra nós: um site feito por
estudantes (a grande maioria já se formou) cheio de outras obrigações, um site
que não gera dinheiro, aborda a área cultural com uma proposta diferente do que
a maioria do público está acostumado (logo, nenhum retorno imediato estaria
garantido) e na internet ainda! Difícil, né? Difícil pra caramba. Mas estamos vencendo,
e isso não é para todo mundo. Só conseguimos chegar até aqui porque fechamos
com a ideia de travessia e porque tivemos um retorno positivo do nosso trabalho.
A parceria com a Revista Cult, uma das publicações de jornalismo cultural independente mais interessantes do País, a parceria com o jornal que cobre muito bem a área da literatura, o Jornal Rascunho, as editoras Arquipélago e Record mostram que o nosso trabalho está sendo reconhecido. Todas as citadas estão fornecendo prêmios para o nosso concurso de um ano do site, nesse link você pode acessar e saber como concorrer.
A parceria com a Revista Cult, uma das publicações de jornalismo cultural independente mais interessantes do País, a parceria com o jornal que cobre muito bem a área da literatura, o Jornal Rascunho, as editoras Arquipélago e Record mostram que o nosso trabalho está sendo reconhecido. Todas as citadas estão fornecendo prêmios para o nosso concurso de um ano do site, nesse link você pode acessar e saber como concorrer.
Queria agradecer, em especial, a todo mundo que ajuda a
fazer o Nonada, todos que colaboraram em algum momento e, em específico, a
aqueles que estão fechados com a ideia e com o site desde o início: Mariana
Sirena, Leila Ghiorzi, Ariel Oliveira – que estão desde os primórdios, de
pensar, planejar o site e também produzir. E quero também agradecer ao Daniel
Sanes e a Mariana Gil que entraram logo que o site foi ao ar, e que realmente abraçaram o espírito
de travessia.
Então, que venha mais um ano, mais caminhos e mais desafios. Estamos prontos.
2 comentários:
Parabéns, e continuem firmes na travessia!
P.S.: tenho uma pontinha de inveja (do tipo inofensivo) de vocês.
Parabéns, Rafael! Eu confesso que gosto cada vez mais do Nonada, que venham muitos outros anos!
beijo!
Postar um comentário