quarta-feira, 30 de novembro de 2011

No final do dia



Agora escapa dessa.

Que eu já contei mais de um milhão de vezes.


É quase como se fosse sempre igual.


Não podemos ser rudes e nem tocar; não podemos pensar no que já foi dito.

Meu corpo nem fala mais porque nem há nada mais para dizer.


É só jogar tudo fora.

De novo.

No final do dia.


Repete como quem sonha com desejos,

Destila veneno, por favor.

Ajuda a compor em mim o que nem lembro.


Antes de a noite chegar, cansada.

Antes de o beijo acalmar o pensamento.


E tudo fingir que fica normal, mas só por um tempo. 

Um comentário:

Pollyana disse...

Gostei do texto.
"Ajuda a compor em mim"... Imaginei-o como uma partitura, uma música...