Sempre se tratou de sentar na cadeira e escrever. Não importava o jeito, contanto que fosse bom, prazeroso e em busca de certo estilo. Escrever uma história é organizar uma narrativa, e uma narrativa, é, basicamente, contar. E, ao fazer isso, você gera tudo: tempo, receios, certezas, esperança. Por isso a ficção é vida. E vice-versa. Literatura é uma arte – e talvez a mais nobre de todas – também porque espelha todas as vicissitudes do ser humano, as modificando, criando algo novo. E é arte também porque as ferramentas para se escrever são acessíveis a qualquer pessoa. O que você precisa? Uma caneta, um papel, e pronto. Um teclado, um programa de Word e pronto. Levando em conta que a pessoa já saiba escrever, ler e etc, é claro.
Daí depende do tempo em que se investe nessa ação prazerosa e ardilosa que é escrever. Na realidade, se você gosta de escrever, você tem que escrever sempre. É necessário que essa vontade esteja em sua mente todo o tempo. Se realmente quer fazer isso da sua vida, você, nem notará que realmente pensa em como narrar uma história enquanto está dirigindo o carro, ou tomando banho. Haverá cenas da sua vida que ficarão na sua memória e que servirão como alimento para as possíveis futuras ficções. Assim como tudo que você lê, que você devora.
Entretanto, não acredito que um escritor tenha que viver algo para escrever sobre esse algo. É isso que difere um escritor de um jornalista. Esse último realmente necessita presenciar um acontecimento para escrever tal reportagem, precisa recolher dados, respeitá-los. Há certas regras que não podem ser modificadas no discurso jornalístico, mesmo que você seja o mais vanguardista de todos.
Sinto que fugi um pouco do assunto. Na realidade, gostaria de falar que só agora começo a entender o que é realmente o Contagens. Depois de três anos escrevendo vários tipos de texto.O Contagens não é um blog de um cara que gosta de escrever. O Contagens também não é um blog de um estudante de jornalismo que quer exercitar a escrita. O Contagens é o blog de um cara, que estuda jornalismo, e que precisa escrever ficção. Um cara que realmente quer ser escritor e também jornalista.