Um poema não se constrói sozinho:
é feito de um pouco de mentira e
de
alguém que sinta sem sentir e não
se
importe com os alheios;
também precisa de um quem que
tente entender o que
não precisa se entender e que vai tentar explicar
para outro alguém que nem se
perguntou nada.
Só assim começa a se formar aquilo
que uns vão chamar de poesia,
outros de poemas,
outros de “apenas
algumas coisas fazem sentido”;
são palavras rimadas ou sem afeto,
mas, ainda, amarradas tão fragilmente
que, por qualquer besteira,
apenas, podem quebrar
ou, muito mais dificilmente, ficarem
infinitas.
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