Diz que vai embora e
atravessa a sala toda torta.
Escorrega a mão
até a maçaneta
da porta.
Unhas, lábios, maquiagem a fazer.
Larga.
Espera, olha
para perceber.
“O que sobrou para nós?”
Nada para sustentar,
porta retratos com verdades
que ninguém vai comprar.
Hora é agora para não continuar
mas por que a cabeça
responde:
“Vai ficar, vai ficar”
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