terça-feira, 17 de junho de 2014

Com ar

Fiz poema para te dar
Mas nem sei como entregar
Vou pedir para o pássaro levar

Ele é bobo e rima todo com “ar”
Mas, inclusive, é o seu ar
O meu ar
Nosso ar

Espero que você nem saiba para aonde olhar
De tanto que vai gostar,
Até consigo imaginar

Inclusive vou te falar
Quando a gente caminhar
Para você esperar
Pois aqui parado perante o mar

Estou para você me amar.



Obs: Da série poemas bobinhos

terça-feira, 3 de junho de 2014

Carta 14

Então eu soube que você vai namorar. É o seu primeiro namoradinho, você recém completou 15 anos. Como assim você me pergunta se aquele filme que tá no cinema é bom? Ele quer te levar para ver, né. Tão jovem. Quando eu soube, senti um aperto estranho. Parece que tinha algo ali, entalado. Parece que algo estava errado em mim também. Como assim? Como assim?

Mas passou.

Acho que era só susto. Depois eu percebi que você não é mais aquela menininha. Agora, você está crescida. Agora, você está formando suas opiniões, que darão base para como vai agir daqui em diante. Saiba, porém, que para alguma coisa aqui em mim você sempre será a minha mais nova, a que eu vi crescer, a que eu acompanhei, troquei as fraldas, com quem eu aprendi a carregar um bebê no colo.

Então, já que você está entrando nessa “coisa” meio maluca que é um relacionamento, ainda que seja o primeiro, eu só tenho um conselho: se jogue de cabeça. Se você está com alguém – e esse alguém desperta algo bom e único em você – então é o certo a fazer.  Mesmo que provavelmente vá doer em algum ponto, eu quero que você sinta tudo, toda essa paixão, todo esse receio, toda essa ansiedade, essa dúvida, essa alegria, esse medo. Se apaixonar, estar com alguém, entrelaçar-se...É dar uma espécie de sentido a uma parte da sua vida. E não ter isso ou perder isso, seria simplesmente trágico. Então, sinta tudo, experimente esse sentimento, se perca nele, perca a razão, recobre a razão. 

E, qualquer coisa, estamos aqui. 


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